O lar é um universo: de personalidade, de gostos variados , de conforto e de praticidade.
Um mundo onde existem encantos aparentes ou subliminares para cada pessoa.
E isso, o morador é quem decide como resolver, decorar e tem o poder de definir onde e como serão os seus encantos particulares.
A questão é: como se pode julgar a beleza ou a simpatia de uma residência? Por normas preestabelecidas? Sugestões de revistas ou livros didáticos? Regras profissionais?
Claro que esses dados podem influenciar, ajudar nas escolhas, buscar pontos de partidas, definir o que realmente causa atração ou repulsa a um estilo ou a um ambiente. Mas beleza e afinidade são sempre uma questão de gosto muito pessoal. Claro que as tendências são levadas em conta, até para nos atualizarmos. Às vezes percebo como é divertido questionar pessoas sobre o que é belo e elegante em uma casa. Muitas respondem “Atualmente o ‘clean’ é chique, mas a minha casa é bem colonial. Será que estou por fora?”
Claro que a moda deve ser observada, especialmente as facilidades que ela determina ao dia a dia, mas o real encanto de uma casa vem de dentro.
Vem da capacidade da família de saber dar um real aconchego à sua moradia, o verdadeiro encanto e tempero do lar. E isso inclui fazer os convidados, a família e as pessoas que fazem parte do grupo se sentirem bem e felizes no ambiente, cercados de decoração aconchegante, onde o estilo não é a principal atração.
A arquitetura, o paisagismo e o interior da casa são muito importantes porque dão o charme e o encanto, mas dependem necessariamente das particularidades de seus usuários.
Ser bons anfitriões, receber bem e com carinho e atenção os amigos, aumenta, e muito, o conforto e o encanto do lar.
Cada detalhe da decoração reflete o íntimo de seus moradores, e seu cuidado e amor pela casa é o real encanto que podemos ter por ela.
Ao folhear uma revista Casa & Decoração (nº 21-Maio/2009) me deparei com essa linda crônica da arquiteta Olga Krell, que descreve belamente como a decoração é mais do que a escolha de objetos, é preencher a nossa casa com quem nós somos.

Ao longo de mais de cinco décadas, Olga Krell divulgou o trabalho de arquitetos, lojistas e fabricantes de todo o país e se tornou parte essencial de várias histórias.